LinCom e a atuação durante a pandemia

 22 de maio de 2020 - 12h09

O calendário acadêmico da UFPR continua suspenso, mas professores, técnicos e estudantes estão envolvidos em atividades remotas de promoção do conhecimento, informação e principalmente reforçando os vínculos diante dos desafios apresentados. Neste primeiro texto dessa série, serão apresentadas algumas propostas do curso de licenciatura em Linguagem e Comunicação.

Os docentes e estudantes do curso de Linguagem e Comunicação, a partir de encontros virtuais, propuseram algumas atividades pontuais durante este período de isolamento social. Os docentes e a assessora do curso têm mantido suas reuniões de Câmara e NDE ordinárias, semanalmente, das quais também participam alguns discentes, representantes de turma e integrantes do centro acadêmico. As reuniões pedagógicas e administrativas têm ocorrido via webconferência, desde que o calendário foi suspenso. A professora Patricia Schelp Taniguchi realiza ainda uma série de vídeos para alguns cursos da Universidade, com as traduções em Libras.

A proposta das atividades visa, como explica o professor Fábio Messa, manter o contato com os discentes a fim de proporcionar uma atividade mental/cognitiva saudável, e também como um meio de rebater sentimentos como desânimo, solidão, depressão, angústia, pânico, ansiedade etc. que, pelo largo período de distanciamento social, podem vir acometer a todos.

Alguns dos objetivos específicos são das atividades propostas são: promover o acesso a conteúdos sobre o contexto atual; reforçar conhecimentos teóricos no âmbito do Curso; incentivar formação cultural on-line; fomentar a prática de leitura e escrita; ampliar repertório de mundo; refletir sobre a área de formação e instigar o pensamento crítico. Confira a vídeo apresentação do Projeto LinCom em Quarentena .

Segue uma breve apresentação da primeira atividade proposta. Os textos podem ser acompanhados pelos site do curso: https://litoral.ufpr.br/lincom/ .

Vamos fazer um diário da quarentena?

Sabe-se que o termo Diário é uma referência temporal precisa, compreendida em 24 horas, o ciclo diário. Portanto, algo que é corriqueiro, habitual, acontece todo dia, diariamente. Por isso é que sempre houve uma forte relação com as designações de muitos jornais que já circularam ou ainda circulam pelo país, em diversas regiões: Diário Gaúcho, Diário Catarinense, Diário do Sul, Diário dos Campos, Diário de Pernambuco e assim por diante. O termo Diário também já serviu para designar os diários particulares de indivíduos anônimos ou influentes. Muitos tornaram-se textos canônicos de uma literatura de cunho memorialista, fantasista ou visionário, levando essa denominação.

No meio disso tudo, existiram também os antigos livros de recordação, em que os seus donos, geralmente de gênero feminino, ofereciam às pessoas amigas e conhecidas para que ali pudessem escrever alguma mensagem poética, palavras de carinho ou elogio.

E em outras gerações, as agendas passaram a ter essa função. Não só para organizar os cronogramas de trabalho e estudo, mas pra ligeiros ou prolongadíssimos desabafos. No âmbito escolar, tem-se o fatídico Diário de Classe; no mundo acadêmico, também se tem o Diário de Campo; no turismo se fala em Diário de Bordo. Embora, muitas vezes, já chamaram de Diário de Bordo, tipo de livro de registro de viagens puramente mentais, sem haver qualquer deslocamento geográfico de seu autor.

Hoje até mesmo as redes sociais funcionam como diário de seus utilizadores. Muitos têm usado as #tbt, as tais recordações do facebook, e tantas outras variações. Quem mantém seu perfil, sem deletar coisa alguma, pode ter ali, no limbo fractal, exposto, o seu diário eletrônico.

Então já que o destino do Diário é para ser lido bem depois do momento de sua produção, pra talvez gerar um efeito passional peculiar ou reforçar um anseio de um grupo ou de uma geração, quem sabe fazemos o nosso Diário da Quarentena?

Não importa o formato, nem a disposição, o que importa é que cada um de nós tem algo (ou muitíssimo) a dizer sobre essa experiência inusitada e também assustadora….

Por: Fábio Messa

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