Projeto Mais Cultura completa dois anos no litoral do Paraná

 21 de julho de 2017 - 15h44

Dois anos após ser criado, o projeto Mutirão – Mais Cultura na UFPR ganhou novo fôlego, com a liberação de mais uma parcela de recursos advindos de um edital dos ministérios da Cultura e da Educação. Os recursos permitiram articular atividades de extensão já desenvolvidas por vários setores em diferentes localidades do litoral do Paraná. A proposta aprovada envolve docentes, técnicos e estudantes de diferentes formações, como também associações de comunidades quilombolas, guaranis, pescadores artesanais e agricultores

A UFPR foi uma das nove Universidades selecionadas pelo edital Mais Cultura, cuja meta é desenvolver e fortalecer o campo das artes e da cultura no país, com ênfase na inclusão social e no respeito e reconhecimento da diversidade cultural. A UFPR ficou em quinto lugar na classificação geral, na qual concorreram 98 instituições. Participaram da elaboração da proposta o Setor Litoral; Setor de Educação; Setor de Ciências Humanas; Setor de Artes, Comunicação e Design; Setor de Educação Profissional e Tecnológica; Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEC); Editora da UFPR; Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da UFPR. “O Mais Cultura reflete o entendimento de que a universidade tem um papel importante na aproximação da educação e da cultura, que são indissociáveis”, diz o O pró-reitor de Extensão e Cultura, professor Leandro Gorsdorf. Para ele, “a universidade tem um papel muito importante no sentido de pensar a cultura para dentro da instituição, mas, também, sobre a relação com as comunidades e territórios nos quais está localizada”.

A professora Ana Josefina Ferrari, do curso de Licenciatura em Linguagem e Comunicação, foi responsável pela articulação da proposta no Setor Litoral. Segundo ela, o objetivo foi alinhavar um conjunto de ações desenvolvidas nos sete municípios da região litorânea e solicitar apoio para fortalecê-las, articulá-las e expandi-las. “O diferencial do projeto é que o conhecimento e o modo de vida das 15 comunidades tradicionais que são parceiras no projeto dialogam em igualdade com os conhecimentos universitários”, explica Ana Josefina. Para ela, o projeto contribuiu também para aproximação do Setor Litoral com outras instâncias da UFPR, como a Proec e o MAE. “Conseguimos reunir pessoas que trabalham em locais diferentes, mas têm os mesmos objetivos e os mesmos ideais”, salientou.

Um dos projetos apoiados, o Turismo de Base Fortalecimento do Empreendedorismo, da Inovação e Gestão Familiar do Turismo de Guaratuba, coordenado pela professora do curso de Gestão em Turismo Beatriz Cabral, teve suas atividades expandidas com o aporte dos recursos. “Foi possível realizar o curso de extensão Anfitriões da Baía de Guaratuba, de forma itinerante, nas diferentes localidades da Baía; promovemos uma oficina de construção de canoa de um pau só, que valorizou o conhecimento tradicional, do senhor Aroldo Cordeiro de Freitas, uma das poucas pessoas que detém esse conhecimento atualmente; e também propiciamos aos cursistas experienciar roteiros comunitários da Rede Caiçara de Paranaguá”, relatou Beatriz.

Ainda foram aplicados recursos no desenvolvimento de um site e na contratação de uma assessoria de marketing para promover o turismo de base familiar. “Essas ações estão sendo essenciais para que o processo de comercialização dos roteiros turísticos, que visa à geração de renda para as famílias anfitriãs”, continuou Beatriz.

O professor Leandro explica que tanto a universidade quanto a comunidade saem ganhando nessa relação universidade-litoral, uma vez que se resgata e amplia o conhecimento notório de algumas figuras, como, por exemplo, os mestres do fandango. “Nós queremos que a universidade seja uma caixa de ressonância dessas culturas. O fandango, o carnaval de Antonina, a produção de instrumentos próprios dessas áreas. Queremos  que isso reverbere para todo o Estado”, afirma.

Atividades desenvolvidas até agora:
Curso de Extensão Anfitriões da Baía de Guaratuba
Oficina de Autoria compartilhada
Intercâmbio Aprendendo com a Rede Caiçara de Paranaguá
Participação em reuniões do Comitê Provisório de Salvaguarda do Fandango Caiçara (Cananéia)
Articulação com o projeto Artesanias Caiçaras (IPHAN/Associação Mandicuera) Vivência na Festa do Divino Espírito Santo na Barra do Ararapira
Participação de professores e bolsistas no evento II Encontro de Comunidades litoral realizado em Antonina pelo projeto Mutirão – Mais cultura UFPR
Articulação junto ao Núcleo de Design da UFPR para elaboração do projeto Design Centrado no Humano – Projetos para a comunidade Mbya Guarani, atividades de campo junto a comunidade Mbya Kuaray Haxá
Participação na viabilização do evento VII Festa do Fandango – Paranaguá
Participação na elaboração do programa de gestão dos bens culturais tombados, valorados e registrados – Programa de Fortalecimento da Salvaguarda do Fandango Caiçara, no contexto da ampliação do terminal de Contêineres de Paranaguá.
Formação de professores contadores de história: Simpósio Saberes Fronteiriços e Práticas Literárias; Práticas literárias descoloniais; Transformando a dor em exercício de fala: memória, contranarrativa e vulnerabilidade social em textos de Conceição Evaristo; Memória poética quilombola: a poesia de Ilton Gonçalves, poeta quilombola de Batuva/  Guaraqueçaba Paraná; Conversa com o Poeta quilombola Ilton Gonçalves.
Participação no  III Simpósio internacional de Literatura Negra Ibero – americano
Aline Gonçalves e Dafne Salvador

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