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O Pra-Sempre sempre acaba…

O início do ano na Universidade foi marcado pela chegada da pandemia do Corona Vírus, Covid-19. Tudo começou em Wuhan, na China, gerando infecções respiratórias de fácil transmissão. O isolamento social teria sido a melhor maneira de conter a contaminação. Mas não foi assim que tudo aconteceu…

Mesmo ciente de que só o isolamento seria a forma mais eficaz de barrar a difusão do vírus, evitando lugares com aglomerações e realizando saídas de casa só quando essencialmente necessário etc., o Brasil também não seguiu à risca. Pelo contrário. O uso de máscara, por exemplo, foi adotado como obrigatório muito tardiamente. Hoje somos o segundo país no mundo no número de infectados, perdendo só para os EUA. Tudo isso porque fazemos parte do rol de países que são os negacionistas da pandemia. Chegamos ao disparate de ouvir por aí de que o vírus é ideológico, um golpe comunista da China sobre o mundo, e outras bizarrices.

Em pleno ano de 2020, o planeta Terra está com o sistema comprometido, devido a constantes atos poluidores. Mesmo estando no século XIX, as pessoas involuíram. Vivemos como se fundíssemos o passado no futuro. Do passado, ainda estaríamos arrastando a falta de valorização com a vida vegetal, animal e humana, perdurando as guerras, as desigualdades, a decadência moral e social, os governos se desentendendo, tudo pela ganância e pelo poder.  Do futuro, temos a tecnologia, a virtualidade digital, e em decorrência disso a internet, os streamings, os apps, as fakenews.

E nessa fusão de elementos de um Pretérito do Futuro, ficamos nesse Presente-Menos-que-Perfeito, com o desgaste ambiental e a vingança de uma natureza debilitada. De repente uma mutação virótica se propaga e nos persegue, e os filmes de ficção que assistíamos em décadas passadas tornam-se histórias de ninar.

Não resta dúvida, que essa crise pandêmica provém de uma crise ambiental e mental-populacional. Como se o planeta Terra, sufocado, necessitasse desintoxicar-se, expelindo toxicidades, numa auto sabotagem, numa auto aniquilação.

Tenho passado os dias em casa. Não criei roteiros diários. Nas primeiras semanas até realizei rituais disciplinados, acordando cedo, meditando, fazendo exercícios respiratórios, tomando café, lendo, escutando música, mas acabei relaxando…

Minha gata Chaumi é o meu despertador natural, mais do que a luz da claridade do sol. Ela vem me chamar, miando e fazendo manha. É sempre um acordar carinhoso.

Chaumi

Assim, me levanto. Tenho feito pães integrais pela manhã. Meu cardápio de almoço e janta é praticamente vegetariano, à base de grãos, vegetais e frutas…

Toda vez que saio para a rua, na necessidade básica de compras, é sempre uma epopeia. Procuro sair em horários que não colida com grandes fluxos. O retorno é uma missão ainda maior. A higienização dos produtos e de tudo está cada vez mais aperfeiçoada. Cautelosamente limpo tudo já na porta de entrada do apartamento, lavo tudo com sabão. O meu banho dura uns 20 minutos.

E essa tem sido a minha liberdade encarcerada de morar sozinho no centro de Porto Alegre, que me faz improvisar um manual tácito de sobrevivência. É uma espécie de provação que se tem que encarar.

E nada é pra sempre, pois o Pra-Sempre sempre acaba…  

Cristiano Matos

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